Este é um chamado urgente, um grito de socorro que ecoa na esperança de mobilizar apoio para proteger um dos tesouros naturais mais preciosos da porção baixa do Vale do Taquari: o Morro Gaúcho. Com seus imponentes 550 metros de altitude, o Morro Gaúcho é o maior cartão postal de Arroio do Meio, oferecendo uma vista panorâmica que é uma das mais belas e visitadas da região. No entanto, esse local extraordinário enfrenta ameaças iminentes que podem comprometer irreversivelmente sua riqueza natural e cultural.
Mais do que um Cartão Postal
O Morro Gaúcho não é apenas um destino popular para esportes radicais e atividades ao ar livre; é uma área de recreação e lazer para residentes de todo o Vale do Taquari e arredores. O que muitos desconhecem é que este gigante verde abrange mais de 2 mil hectares, metade dos quais são compostos por vegetação nativa em diferentes estágios de regeneração. Essa área deslumbrante protege pequenos córregos, nascentes e abriga uma biodiversidade rica de plantas e animais.
A fauna local é composta por mais de 130 espécies de aves e diversos mamíferos, alguns ameaçados de extinção no Estado do Rio Grande do Sul. Além disso, o Morro Gaúcho é vizinho de áreas de grande significado cultural, como a comunidade quilombola do Morro São Roque, que tem uma conexão intrínseca com a terra.
Desafios Atuais e Ameaças ao Morro Gaúcho:
Apesar de ser designado como parte da Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAs) pelo Plano Diretor do Município, o Morro Gaúcho enfrenta um grave desafio. O Decreto Municipal n° 2.754/2022 alterou abruptamente sua condição, permitindo a instalação de empreendimentos de grande porte, sem a realização de Audiência Pública para deliberação do assunto. Esse cenário facilitou a aprovação iminente de um projeto que transformaria radicalmente a paisagem: um parque cultural e de entretenimento da empresa Morro Gaúcho Participações, incluindo uma gigantesca estátua de um Gaúcho e infraestrutura massiva de praça de alimentação, hotelaria e diversas atividades de lazer.
O impacto ambiental desse empreendimento é alarmante, envolvendo a supressão de mais de 30.000 m² de vegetação, incluindo áreas em estágio avançado de regeneração. Esse desmatamento desconsidera a legislação vigente, incluindo a Lei Federal n.º 11.428/2006, que proíbe a supressão de estágios primário ou avançado de regeneração quando a vegetação abriga espécies ameaçadas de extinção. Por isso, repetimos, salve a natureza do Vale do Taquari!
Impactos Ambientais e Sociais:
A instalação do empreendimento acarretaria a movimentação de terra e a retirada da cobertura vegetal do solo, resultando em processos erosivos e assoreamento dos cursos de água. Além disso, a fauna e flora, já ameaçadas, sofreriam impactos irreversíveis. A região, que já enfrenta problemas com o desaparecimento de nascentes, veria agravada sua situação hídrica. Não é apenas um retrocesso ambiental, mas também uma violação dos princípios da Lei Federal n.º 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), que visa o desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente natural e construído.
Um Apelo à Ação:
Diante desses desafios, fazemos um apelo à comunidade e aos amantes da natureza para se unirem a nós na luta pela preservação do Morro Gaúcho. Assine nossa petição e junte-se à ONG Ecobé, que há 23 anos atua para garantir a "vida longa da natureza do vale do Taquari". Exigimos a proibição do corte de vegetação nativa no Morro Gaúcho e de sua transformação em um Parque Municipal, garantindo que todos possam desfrutar igualmente desse patrimônio natural. Não podemos permitir que interesses comerciais comprometam irreversivelmente esse tesouro natural. Ao assinar esta petição, você se torna parte fundamental dessa luta pela conservação e pelo respeito ao meio ambiente. Juntos, podemos fazer a diferença e garantir que o Morro Gaúcho continue a ser um símbolo de beleza natural e diversidade no coração do Vale do Taquari.
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